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SEM SABER PARA ONDE

Mendiga – Florbela Espanca Na vida nada tenho e nada dou; Eu ando a mendigar pelas estradas... No silêncio das noites estreladas Caminho sem saber para onde vou! Fiz o que não devia, Florbela! Mendiguei o amor de alguém e aprendi, da forma mais dura que não se deve fazer isso! O amor dá-se, conquista-se, explora-se nas noites estreladas de que falas! Mas não se pode mendigar - porque não é verdadeiro! Apenas ficamos com falsas ilusões e depois, quando acaba, ficamos realmente sem saber para onde vamos!

TORTURA

FLORBELA ESPANCA – Neurastenia Chuva... tenho tristeza! Mas porquê? Vento...tenho saudades! Mas de quê? Ò neve que destino triste o nosso! Ó chuva! Ó vento! Ó neve! Que tortura! Gritem ao mundo inteiro esta amargura Digam isto que sinto que eu não posso!!... Como eu te entendo! É realmente uma tortura ter que esconder a dor, Florbela! Morte = libertação! Mas, Florbela, eu não posso - eu tenho que ficar! Os outros pouco importa o que pensam e o que dizem- mas, os meus Pais não!

NADA

Reli novamente o poema da Florbela Espanca, “ Em vão ” e acho que as coisas só serão em vão se desistirmos! Valorizamos o que não devemos e esquecemos que há outra gente que merece que se perca tempo com ela. Eu perdi tempo com alguém, que não merece que eu o faça, porque olhando para trás, vejo que nada me deu em troca. Ignorou-me (culpa minha ou não, não interessa) e a decisão que tomou, nada tem a ver comigo! É triste ter que pensar assim; custa-me pensar assim, mas como diz o poema de Sophia: “ Mas como sem os amigos Sem a partilha o abraço a comunhão “ Aqui não houve amizade; nem qualquer partilha – é apenas alguém que se conhece e a quem se diz olá do outro lado do passeio, sem parar!

TALVEZ

Há muito – Sophia de Mello Breyner Andresen Há muito que deixei aquela praia De grandes areais e grandes vagas Mas sou eu ainda quem na brisa respira E é por mim que espera cintilando a maré vaza. - ANTOLOGIA "O MAR" - Encontrei novo poema sobre o mar, a que estou profundamente ligada. Talvez seja uma das razões porque gosto tanto dos poemas de Sophia! Talvez uma outra razão seja porque com os poemas dela começei a perceber e a amar a poesia! Talvez porque as imagens que propaga me façam pensar e rever as minhas próprias imagens, descobrindo assim novos horizontes e novos poemas!! Talvez porque aquela sensação de "quente" de que falo ( http://amartaeeu,blogspot.com ) me invade sempre que abro um livro dela!

A BELEZA DA NOSSA VIDA

EUGÉNIO DE CASTRO Procuremos somente a beleza, que a vida, É um punhado infantil de areia ressequida, Um som de água ou de bronze e uma Sombra que passa Á procura de versos de Florbela, encontrei este. Não conheço muito bem este poeta, devo confessar, mas identifiquei-me logo com o poema. A beleza está em todo lado; basta procurar! Pode demorar um minuto; pode demorar a vida inteira para se compreender verdadeiramente o que é a beleza! Dos sonhos, da paixão, do amor, do carinho - enfim, tudo aquilo que devemos agarrar e proteger como se tratasse de um tesouro! Porque é a nossa vida!

VAGABUNDA

Em vão – Florbela Espanca Passo triste na vida e triste sou, Um pobre a quem jamais quiseram bem! Um caminhante exausto que passou, Que não diz onde vai nem donde vem! Às vezes, penso que não devia ler os versos dela, pois os sentimentos que me desperta são de tal forma fortes que choro dias a fio! Identifico-me plenamente com o que diz, pois neste momento, sinto-me uma vagabunda sem eira nem beira! Não estou bem em lugar algum - mas o mais curioso de tudo, é que não me sinto só!

INIMIGO OU NÃO

Dizem que o tempo é o nosso pior inimigo. Não sei; às vezes, é um bom conselheiro, mas eis o que Sophia de Mello Breyner Andersen tem a dizer sobre ele: TEMPO - LIVRO SEXTO Tempo Tempo sem amor e sem demora Que de mim me despe pelos caminhos fora