sexta-feira, dezembro 07, 2007

NA LUZ DO AMOR

Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro.

Plano - de Nuno Júdice

O meu comentário??
O Amor...o actor principal de uma peça muito pessoal...
Planos, projectos sem qualquer futuro...
Porque não há amor...
Tudo engloba...
Tudo diz...
Basta realmente deixar que a luz....
se insinue e nos ilumine..................
=================================

P.S.: O Com Amor tem nova cara; espero que gostem.......

quarta-feira, dezembro 05, 2007

NOMES E AMORES

Como se o teu amor tivesse outro nome no teu nome,
chamo por ti; e o som do que digo é o amor
que ao teu corpo substitui a doçura de um pronome-
tu, a sílaba única de uma eclosão de flor.
Nuno Júdice - (Excerto)
O meu comentário??
Vive-se...
Ama-se intensamente...
Não há nomes; não há nada...
Há apenas amor....
Declaração de amor de alguém
que está profundamente apaixonado...
Se sente diferente...
Tudo é mais doce....mais suave....
Dizer o nome de quem se ama....
respirar fundo e suspirar....
Profundamente..........................

segunda-feira, dezembro 03, 2007

TRISTES

POEMA XX - PABLO NERUDA -
"Vinte Poemas de Amor e uma canção desesperada". ***


Posso escrever os versos

mais tristes esta noite.

Escrever, por exemplo,

"A noite tem estrelas, e, azuis,

os astros tiritam na distância".

O vento nocturno gira no céu

e canta.

Posso escrever os versos

mais tristes esta noite.

Eu amei-a e, por vezes,

ela também me quis.

Em noites como esta

tive-a nos meus braços.

Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela quis-me e por vezes

eu também lhe queria.

Como não ter amado seus

grandes olhos firmes?

Posso escrever os versos

mais tristes esta noite.

Pensar que não a tenho.

E sentir que a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais
imensa sem ela.

E o verso cai na alma

qual no prado o rocio.

Que importa que o meu amor

não pudesse guardá-la!

A noite tem estrelas

e ela não está comigo.


O meu comentário???

A noite também guarda memórias...

Desses amores contrariados, gastos, perdidos...

Torna-se realmente imensa...

Porque divagamos, lamentamos,

esquecemo-nos de olhar em frente...

A dor dilacera-nos...contraria-nos....

instala-se na noite a solidão...

Reflecte-se nas páginas dos livros...

Encontramos poemas tristes

que nos magoam ainda mais a alma...

Nunca os esqueceremos...

vamos chorar sempre que abrirmos o livro...

Mesmo que o tempo passe e se julgue que a dor também....



***Poema já publicado no blog, mas o comentário foi reescrito.