quarta-feira, dezembro 30, 2009

AO LONGE

Ninguém consegue escrever o poema

captar a batida o ritmo a música inicial

cantar de dentro do epicentro

da palvra só lava

não mais que rio ardente

um fluxo de sangue

um batimento. Ou

vento, Apenas vento

no grande deserto de linguagem.

Miragem de miragem: breve

fria aragem

do fundo. Matemática do mundo

ainda só oiro e ferro e prata.

Ou pura magma. Talvez

a enigmática equação

de Deus.

Libélula inconcreta na cauda de um cometa

unicélula

na página do planeta

ainda só brancura de salgema.

E ninguém

sabe

quem

nem de onde nem porquê nem quando esse poema


"Primeira voz", poema de Manuel Alegre


O meu comentário???

Esse poema está escrito...

Na voz de alguém que domina as palavras..

Que as ama, que as conquista completamente..

Na arte, no desejo, na paixão de se fazer ouvir..

No Cosmo desconhecido....

A descobrir esses planetas, esses labirintos....

Esse amor infinito....

Que se embrulha no Vento e o segue....

E se faz ouvir...

Mesmo ao longe...