Em dias de chuva,
volto a tropeçar
nas palavras…
Volto a não
querer saber
do Mundo...
Embora o Mundo…
também não queira
saber de mim…
FOTO DE VICTOR HAMKE
Em dias de chuva,
volto a tropeçar
nas palavras…
Volto a não
querer saber
do Mundo...
Embora o Mundo…
também não queira
saber de mim…
Volto a falar
na ausência…
Na tua ausência
em mim,
no meu tempo,
no meu espaço…
E tudo o que resta…
são apenas palavras…
Palavras dilaceradas,
quantas vezes
desperdiçadas…
Esta noite,
refugio-me
na tua pele…
E volto a encontrar-te…
no êxtase da paixão...
E sinto-me leve…
Tão leve como
uma gota de chuva,
ou uma onda do mar…
Hoje…
já não sei…
do que gosto…
Lembro-me
apenas…
dos aromas
espalhados pela casa
e nos nossos corpos
saciados...
Perdi-me…
no vazio do silêncio…
Mas reencontro-me
nas horas do nada…
Ou talvez…
seja melhor dizer
nas horas do pecado...
Já que vivemos
o amor luxuriosamente…