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A mostrar mensagens de junho 5, 2011

GRANDIOSAS

Os amantes abrem o livro do que sentem e só aceitam fechá-lo quando tudo está já dito, sofrido, confessado. Só eles existem enquanto a paixão dura e só a luz do que sentem e sonham é capaz de iluminar as veredas em que se perdem. Só eles sabem o que sentem e são de ontem, de hoje e de sempre, eternos e livres, grandiosos e trágicos como uma obra que quisesse resumir a história toda do coração do mundo. Excerto do poema "Último Poema dos Amantes" de José Jorge Letria, in "O livro dos Amantes" O meu comentário???? Nada resume... Porque perdemo-nos num labirinto de cores, sensações e emoções.... Verdadeiras, vibrantes, grandiosas... E, sim, livres no nosso corpo, na nossa alma.... Nos risos e nos sonhos.... Encontramos a sensualidade, o erotismo num desejo desconhecido, que não nos atrevíamos a nomear.... Porque não era o momento para vivermos a paixão.... É agora, hoje, neste instante,  este minuto que é eterno... Que, do nosso espelho nunca desaparecerá.....

SEM PALAVRAS OU VOZ

"Tu já não és só a minha amante, a mulher a quem dei para sempre o meu coração: és mais que isso, és realmente a esposa da minha alma, aquela a quem tenho consagrado a minha existência, e para quem somente quero viver. Juro-te isto à face do ceú e da terra, por minha honra to prometo. Que mais queres que te diga, que mais há que prometer ou que fazer?" Almeida Garrett em carta à viscondessa da Luz (in "O Livro dos Amantes" de José Jorge Letria) O meu comentário??? Nada.... Estou sem palavras, sem voz.... Escuto a tua, aguardo-a.... Sinto nela a paixão que aqui leio.... Não quero que me digas mais nada... Prometas ou faças.... Também eu já não saberei viver mais sem ti.....

AFECTO

A Minha Saudade Tem o Mar Aprisionado A minha saudade tem o mar aprisionado na sua teia de datas e lugares. É uma matéria vibrátil e nostálgica que não consigo tocar sem receio, porque queima os dedos, porque fere os lábios, porque dilacera os olhos. E não me venham dizer que é inocente, passiva e benigna porque não posso acreditar. A minha saudade tem mulheres agarradas ao pescoço dos que partem, crianças a brincarem nos passeios, amantes ocultando-se nas sebes, soldados execrando guerras. Pode ser uma casa ou uma rede das que não prendem pássaros nem peixes, das que têm malhas largas para deixar passar o vento e a pressa das ondas no corpo da areia. Seria hipócrita se dissesse que esta saudade não me vem à boca com o sabor a fogo das coisas incumpridas. Imagino-a distante e extinta, e contudo cresce em mim como um distúrbio da paixão. José Jorge Letria, in "A Metade Iluminada e Outros Poemas" O meu comentário??? Pode ser o brilho do olhar... Um