sábado, outubro 24, 2009

ESCRITA NO OLHAR

Poema
E que o mar se levante em pranto...
E que o sol fique pálido e branco...
Que o vento estremeça de espanto
Vou querer-te em meus braços enquanto
Os teus braços me sirvam de manto...
de Piedade Barbedo (Livro "II Antologia de Poetas Lusófonos)
O meu comentário???
Os meus braços...
parecem-me vazios, às vezes..
Escondo as lágrimas nos cantos...
Com a tua ausência escrita no olhar...
Não tenho medo do mar...
Sinto-me em paz quando o vejo....
Se juntar o meu pranto ao dele....
Se quem me abraça é o vento...
Sinto um estranho conforto
e olho em frente...

quinta-feira, outubro 22, 2009

AMAR E MAR

Beijo pouco, falo menos ainda.

Mas invento palavras

Que traduzem a ternura mais funda

E mais cotidiana.

Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.

Intransitivo:

Teadoro, Teodora.


Neologismo de Manuel Bandeira


O meu comentário???

Não posso inventar um verbo com o meu nome...

Ou talvez possa,

se trocar as letras...

Traduzir o meu nome no verbo "Amar"...

Simplesmente "Mar" ou "rara"...

Porque falar, eu falo pouco...

Beijar....

beijo-te muito.....

Com ternura.

Com amor.

segunda-feira, outubro 19, 2009

ESCUTAR

Eu não voltarei. E a noite
morna, serena, calada,
adormecerá tudo, sob
sua lua solitária.
Meu corpo estará ausente,
e pela janela alta
entrará a brisa fresca
a perguntar pela minha alma...
Ignoro se alguém me aguarda
de ausência tão prolongada,
ou beija a minha lembrança
entre carícias e lágrimas.
Mas haverá estrelas, flores
e suspiros e esperanças,
e amor nas alamedas,
sob a sombra das ramagens.
E tocará esse piano,
como nesta noite plácida,
não havendo quem o escute,
a pensar, nesta varanda...
Juan Ramón Jiménez
O meu comentário???
Escuta-o o poeta...
E os versos tranquilos...
Sobre a solidão da alma...
Algures no infinito..
Porque a brisa é fresca, é vaidosa.
Procurará sempre outros beijos,
outras esperanças,
outros amores...
Porque a vida assim lho dita....