sábado, fevereiro 06, 2010

QUEM AS DIZ

É por dentro de um homem que se ouve
o tom mais alto que tiver a vida
a glória de cantar que tudo move
a força de viver enraivecida.
Num palácio de sons erguem-se as traves
que seguram o tecto da alegria
pedras que são ao mesmo tempo as aves
mais livres que voaram na poesia.
Para o alto se voltam as volutas
hieráticas sagradas impolutas
dos sons que surgem rangem e se somem.
Mas de baixo é que irrompem absolutas
as humanas palavras resolutas.
Por deus não basta. É mais preciso o homem.
"Nona Sinfonia" - Ary dos Santos in "O Sangue das Palavras"
O meu comentário???
As palavras são livres...
Tornam-se eternas e sagradas
para quem as declama por amor.
Para quem diz na poesia a essência da vida...
Deixa as verdades nas entrelinhas...
Nos sons que as encantam...
Numa canção de louvar...
Seja a Deus...
seja ao Homem...
Que fiquem...
No coração de quem as diz,
de quem as ouve.
De quem as escreve,
com toda a certeza
de que são absolutas...

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

COM A ALMA

Out of the night that covers me

Black as the Pit from pole to pole

I thank whatever Gods may be

For my unconquerable soul.


In the fell clutch of circumstance

I have not winced or cried aloud

Under the bludgeoings of chance

My head is bloody, but unbowed


Beyond this place of wrath and tears

Looms but the Horror of the shade

And yet the menace of the years

Finds, and shall find me, unafraid


It matters not how strait the gate

How charged with punishments the scroll,

I am the master of my fate;

I am the capitan of my soul


"Invictus" de Willian Ernest Henley (1849 - 1903)**


O meu comentário???

Baixei a minha cabeça e vivi no medo.

Procurei conforto na escuridão...

atormentada com as imagens

e as exigências impostas pelos outros..

Sem certezas do que queria verdadeiramente.

Cega, surda e muda...

no caminho mais fácil..

Não olhei para dentro da minha alma;

ignorei-a...

Não tomei conta do meu destino

e perdi o respeito por mim...

Hoje, aprendi a ser tolerante...

Não exigo; compreendo...

Dou o que tenho para dar;

o que a minha alma sempre me segredou..

Se comando o meu destino?

Comando tudo se falar com tudo

e deixar que me falem....

Com a alma...


** Poema que Nelson Mandela leu durante os anos de prisão e de que se fala no filme com o mesmo nome com Morgan Freeman e Matt Damon.