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da Página “DISCOVER ART”
O
que posso dizer sobre o meu sonho?
É
tão privado que não encontro as palavras certas para o definir...
Posso
falar do que me faz esquecer...
Como
estimula a mente e a faz sair do torpor em que se encontra às
vezes...
Ou
do sorriso que aparece por entre as lágrimas.
Mas
não sei como falar do meu sonho; tive tantos e nunca concretizei um
que fosse...
Desesperei-me,
revoltei-me, mas depois percebi que a verdade é essa.
São
sonhos, confortam-nos.
E
é tudo o que me resta – o conforto de um sonho.
Nos
sonhos, posso ser invencível.
Pirata,
princesa ou mesmo um fantasma e assombrar a vida dos outros, mas
depois acordo.
E
acordar é quase sempre terrível.
É
um fardo, uma angústia, uma queimadura que nunca cicatrizará.
Pela
arrogância, pela agressividade de quem não sabe ou não quer
sonhar.
Não
posso, por isso, partilhar os meus sonhos e vivo-os apenas na minha
mente.
Que
ninguém perturba...
Onde
as palavras vivem e as cores soltam-se, mesmo num dia de tempestade
violenta.
O
meu sonho é a poesia.
Revela-se,
inspira-se no gesto mais insignificante, na palavra mais banal.
Torna-se
sonho...
Num
diálogo sempre vivo com o amor, com o desejo, com a alma...
Resposta
a um desafio/passatempo da Editora Pastelaria Studios
(publicado na colectânea com o mesmo nome)
(publicado na colectânea com o mesmo nome)