MÃOS
Longevidade Fui envelhecendo, quase sem dar por isso. Fui, com temor e saudade, na mais secreta ausência, edificando as mansões de exílio. Num vaso de argilha guardei, até hoje, sentidamente, a raiz do aloendra, o fulgor da pedra, uma profunda alquimia, prisioneira da noite e do medo, e o teu silêncio, mãe, guardiã dos meus olhos e da sua luz. Lembro-me sempre de ti, imóvel, com um xaile branco onde floresciam os lírios da terra José Agostinho Baptista (Livro "Filho Pródigo) O meu comentário??? Envelhecer... A saudade é diferente... O que se sente é mais profundo... O espelho torna-se um inimigo.... Uma testemunha inoportuna.... O tempo arrasta-se.... Num silêncio...numa solidão dorida... Fica-se com tempo demais nas mãos... Mas as mãos ocupam-se... Enquanto há luz e vontade... Na vida....