quinta-feira, outubro 15, 2009

PRÓXIMA

Desencanto

Eu faço versos como quem chora

De desalento... de desencanto...

Fecha o meu livro, se por agora

Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...

Tristeza esparsa... remorso vão...

Dói-me nas veias. Amargo e quente,

Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca

Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

de Manuel Bandeira
O meu comentário???
Ou para se libertar dela...
Esquecer-se da morte...
Das frases habituais...
Num poema a coragem de gritar....
Com palavras amargas
que magoam a boca e coração...
A dor....
que se julga impossível,
mas está tão próxima..
e é fatal na revolta...