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A mostrar mensagens de junho 8, 2008

LIMITES

Não só quem nos odeia ou nos inveja Nos limita e oprime; quem nos ama Não menos nos limita. Que os deuses me concedam que, despido De afetos, tenha a fria liberdade Dos píncaros sem nada. Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada É livre; quem não tem, e não deseja, Homem, é igual aos deuses. Não só quem nos odeia ou nos inveja - de Ricardo Reis O meu comentário??? Deuses??? Não o somos... Amar verdadeiramente.....uma prisão??? Não.... Se tal acontecer, não é amor... É confundir amor com obsessão.... Um outro tipo de inveja e de ódio.... Porque as palavras adquirem valores, ......conotações diferentes.... E limita-nos realmente............

HORAS DO DIABO

Nunca a alheia vontade, inda que grata, Cumpras por própria. Manda no que fazes, Nem de ti mesmo servo. Ninguém te dá quem és. Nada te mude. Teu íntimo destino involuntário Cumpre alto. Sê teu filho. Nunca de Ricardo Reis O meu comentário??? As pessoas têm sentimentos, vontades próprias... Olhar para dentro antes de olhar para fora... Revelar-se a si próprio... Saber o que quer e porque o quer.... Respeitar-se, respeitar os outros e saber, então como agir... Ouvir...saber ouvir a voz dos outros, mas também a sua... Porque há as chamadas "horas do Diabo"... Nem sempre se está preparado....

RECUOS

Destino Acordo como os pássaros cativos, Com a ária da vida nos ouvidos. Acordo sem amarras nos sentidos, Fiéis à sempiterna liberdade... Nada pôde vencer a lealdade Que juraram à deusa aventureira. Nem as grades do sono, nem a severidade Da noite carcereira. Acordo e recomeço O canto interrompido: O desvairado canto Da ira irrequieta... - O canto que o poeta Se obrigou a cantar Antes de Ter nascido, Antes de a sua angústia começar. Miguel Torga O meu comentário??? Recomeçar...sempre... Ouvir o que os sentidos nos dizem... Calar o que angústia aconselha... Deixar que a calma reine... Fale nos versos que se escrevem... Na mente, no coração, na página em branco... Traçar no destino aquilo que se sente.... A vida é feita de avanços e recuos... O segredo será...talvez... Saber quando se avança....e quando se deve recuar.........

O FIM

REQUIEM POR MIM - MIGUEL TORGA Aproxima-se o fim. E tenho pena de acabar assim, Em vez de natureza consumada, Ruína humana. Inválido do corpo E tolhido da alma. Morto em todos os órgãos e sentidos. Longo foi o caminho e desmedidos Os sonhos que nele tive. Mas ninguém vive Contra as leis do destino. E o destino não quis Que eu me cumprisse como porfiei, E caísse de pé, num desafio. Rio feliz a ir de encontro ao mar Desaguar, E, em largo oceano, eternizar O seu esplendor torrencial de rio. O meu comentário??? Comparar a vida a um rio... Pedras, lodo, cheias....mas também a paz, a tranquilidade... A viagem por entre as nossas margens.... Os sonhos ali escondidos.... As palavras escritas e ditas..... Reinventadas.... Nesse rio que continua a correr.... A sensação de que não se fez tudo.... É universal.... Pena será que ninguém o leio como eu faço agora....