O FIM
REQUIEM POR MIM - MIGUEL TORGA
Aproxima-se o fim.
E tenho pena de acabar assim,
Em vez de natureza consumada,
Ruína humana.
Inválido do corpo
E tolhido da alma.
Morto em todos os órgãos e sentidos.
Longo foi o caminho e desmedidos
Os sonhos que nele tive.
Mas ninguém vive
Contra as leis do destino.
E o destino não quis
Que eu me cumprisse como porfiei,
E caísse de pé, num desafio.
Rio feliz a ir de encontro ao mar
Desaguar,
E, em largo oceano,
eternizar
O seu esplendor torrencial de rio.
O meu comentário???
Comparar a vida a um rio...
Pedras, lodo, cheias....mas também a paz, a tranquilidade...
A viagem por entre as nossas margens....
Os sonhos ali escondidos....
As palavras escritas e ditas.....
Reinventadas....
Nesse rio que continua a correr....
A sensação de que não se fez tudo....
É universal....
Pena será que ninguém o leio como eu faço agora....
Comentários
És um rio feliz a ir de encontro ao mar... (tão lindo...)
Já não sei o que dizer...Estás o máximo!
Olharmos para trás e julgarmo-nos com a mais severa das visões.
Ah, a capacidade de poder dizer: - Fui o melhor que pude! Parto de consciência traquila!
Isso sim, a definição de Nirvana.
Um grande beijinho tribal Marta
P.S.: Tomar chá consigo? Sempre!
ou no mar
naveguei até de novo
me encontrar
beijo
Fica bem.
Felicidades.
Manuel