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A mostrar mensagens de junho 1, 2008

AMAR-SE

Os amantes Se haviam encontrado faz pouco e logo se haviam separado, levando cada um consigo seu nunca ou seu jamais sua afirmação de esquecimento sua golpeadora dor. Porém o último beijo que voara de suas bocas, era um planeta azul. Girando entorno a sua ausência e eles viviam de sua luz igual que de sua recordação. de Otto Rene Catillo O meu comentário??? Amar às escondidas... Esconder na ausência e nas recordações.... O sentimento que os faz vibrar..... Os torna cúmplices... E os une cada vez..... Saboreia-se um pecado ou simplesmente ama-se.... Sem se estar verdadeiramente preso a convenções.... Até se desafiam.....

PAISAGEM

ALENTEJO A luz que te ilumina, Terra da cor dos olhos de quem olha! A paz que se adivinha Na tua solidão Que nenhuma mesquinha Condição Pode compreender e povoar! O mistério da tua imensidão Onde o tempo caminha Sem chegar!... (Miguel Torga - poema enviado por mail) O meu comentário??? O que dizer?? Sente-se em cada uma destas palavras.... como o poeta deixou que o olhar se perdesse... Decorou a beleza simples da paisagem.... Sentiu-a intocável.... Refugiu-se na luz e na paz... que nela leu.... Não a invejou.....apenas a amou.......

SOLITÁRIO

É uma brisa leve Que o ar um momento teve E que passa sem ter Quase por tudo ser. Quem amo não existe. Vivo indeciso e triste. Quem quis ser já me esquece Quem sou não me conhece. E em meio disto o aroma Que a brisa traz me assoma Um momento à consciência Como uma confidência. " ("É uma brisa leve", Poema de Fernando Pessoa - enviado por mail) O meu comentário??? O que dizer??? Tristeza descrita nas entrelinhas... Desejos que não se confessam.... O limiar...o passo que não se deu..... Restam apenas os passeios solitários.... As viagens por lugares familiares.... .............onde sabemos que não seremos rejeitados... Apenas tolerados.... A tristeza ainda maior................

PORMENORES

Quando Eu de Alberto Caeiro Quando eu não te tinha Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo. Agora amo a Natureza Como um monge calmo à Virgem Maria, Religiosamente, a meu modo, como dantes, Mas de outra maneira mais comovida e próxima ... Vejo melhor os rios quando vou contigo Pelos campos até à beira dos rios; Sentado a teu lado reparando nas nuvens Reparo nelas melhor — Tu não me tiraste a Natureza ... Tu mudaste a Natureza ... Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim, Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma, Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais, Por tu me escolheres para te ter e te amar, Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente Sobre todas as cousas. Não me arrependo do que fui outrora Porque ainda o sou. O meu comentário??? Por vezes, deixamos que sejam os outros a decidirem sobre a nossa vida... Anulamo-nos....no fundo, estamos longe de nós próprios e dos outros.... A vida inteira....ou algo rasga esse véu que nos turvou a visão........ Parte-se a redoma,