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A mostrar mensagens de agosto 31, 2008

VOZ DO AMOR

OUTRA VOZ É Inverno. E nem parece. Na alma branca há um fruto negro como as nuvens. Escutam-se tempestades debaixo da sua pele. Amadurece. Sereno, molhado pelas bátegas da chuva de Novembro, assalta o caminho em busca do Sol e avança, solene, no breu do lençol lívido, estendido sobre a cama. Até logo, meu amor. Outra voz me chama. José António Gonçalves O meu comentário??? Deus? Ou a voz da nossa consciência??? Algo que temos que fazer...e fazer sozinhos... Há coisas que não podemos partilhar.... No Inverno...há sempre uma melancolia... Palpável....exige muito de nós.... Uma luta para que se afaste... Ás vezes, nem a voz do amor a vence....

PROFUNDA

ECOS DE SOLIDÃO começaram a soprar os ecos da solidão no âmago da minha poesia cerrando algumas portas umas frestas todas as janelas e uns buracos no tecto onde ouço o cantar da aldeia distante do poema desfeito ao sol do meio-dia vejo-a chegar de mansinho com as flechas de sombreado abandono em riste e eu defendo-me esticando o arco a mente a luz que anda pelas galerias do chão que piso nos olhos dos animais da terra e do ar e penitencio-me por toda essa poeira inacamada na alma e ignoro-me retraio-me triste todos os jardins cheiram-me de súbito a folhas molhadas de inverno a copas de árvore alagadas de chuva esquecida a avencas tardias a caminhos perdidos nas charnecas e distraidamente prometo-me que irei voltar à liça do poema sempre em movimento ao sabor da uva ao amor pela tinta e pelo papel por um destes dias José António Gonçalves O meu comentário??? Tão só... Tão tristes as palavras.... Aguardam apenas.... Que, ao serem devolvidas pelo eco... haja nelas alegria.... Aos olhos

SERENO

Cavalos feridos de silêncio São de fogo os seus cabelos soltos suspirando ao longo das montanhas onde há cavalos cheirando a suor e a pássaros feridos de silêncio. Há maresia nos seus olhos serenos e brandos de lume perdidos em ondas de ternura e vento e há espelhos e pradarias imensas e quentes chispas de sol derretendo gestos e falas nos recantos das pálpebras de veludo. O seu corpo solta-se de repente em tempestades convulsas de erva molhada por sobre um lençol de terra com sabor a fruta fresca e a madeira antiga lembrando palavras que nunca foram ditas. José António Gonçalves O meu comentário??? Mas que se sentiram... Guardadas na memória... Para além do cheiro que ainda paira no ar.......... A tranquilidade com que se viveu o momento... Esse momento que continua presente... Escondido no olhar.... Talvez as palavras estejam gastas.... E o amor navege com o mar... Ao bater na areia....este conte tudo.............

COM PAIXÃO

Talvez em ti acabem hoje todas as nascentes, e nas rugas que, numa e noutra face, esculpiram o medo e a sabedoria, se possa ler em comovido olhar o princípio, o meio e o fim desse caudaloso fluir que outrora chamámos vida. Talvez agora, tal como ontem e sempre, comece a própria morte, aquilo que nos devora, aquilo que nos convoca para o silêncio e para a mão que escreve, sonâmbula e feroz, estremecendo Fluir - José Agostinho Baptista O meu comentário??? Fluir - deixar fluir os sentimentos... Deixar à flor da pele esses sentimentos... Essa sabedoria....essa paz que se lê no olhar... Um olhar distante, a recordar memórias felizes... Essas histórias que o coração dita... Que alguém escuta...escreverá... Aprenderá a amar a vida.... E o tempo que resta.... Com paixão...

INFINITAMENTE

Águia Voar, pensava então, como se num bater de asas se elevasse o mundo, como se a primavera rasgasse para sempre a nuvem escura, e sobre os meses não caíssem as penas, como se as minhas garras sustentassem o cordeiro ou a estrela e mais para cima o meu bico cansado levasse o teu coração. José Agostinho Baptista O meu comentário???? Voar sempre... Ao sabor da imaginação... Para que o mundo que se vê... Lá no alto...seja perfeito... Mesmo que o coração diga o contrário.... Seja sempre a Primavera.... Tudo recomece...tenha um sentido... Sejamos reais, majestosos como essa águia... Que domina o céu...o infinito

DESERTO

MENSAGEM Levo-te pela mão, meu filho triste, e assim havemos de abrir um sulco perfeito, no coração desta terra. No teu coração, há uma ferida sem fim, eu sei, e sei que encontrarás nos desertos do mundo, nas cidades do mundo, os sinais da tua mágoa. Agora, onde estou, é sempre tarde. Vejo-te a entrar na grande noite dos teus mares, e acendo, com a minha saudade, uma luz intensa sobre os recifes. Não penses que neste alto alpendre não velo o teu sono, enquanto espero por ti. José Agostinho Baptista O meu comentário??? Nada é perfeito...ou dura eternamente... Haverá sempre alguma mágoa... O deserto = a amargura, o desespero que se infiltra em nós... Transforma-se nessa ferida sem fim.... Numa saudade profunda........... O desejo de nunca a sentirmos ......... Mas sentimos.... Talvez o que nos consola é saber que há sempre luz.... Se isto parece um cliché............. A luz é sempre importante.... nem sempre é fácil encontrá-la....