sábado, agosto 22, 2020

EXPLICAÇÕES

 

Não posso explicar a manhã,

mas posso divagar sobre a noite.

A noite sem tempo,

apaixonada e provocadora.

Em que tudo se insinua

e nada se traduz em palavras. 


Poema escrito e publicado em 2011




FOTO DE JOSÉ ALEX GANDUM

quarta-feira, agosto 19, 2020

ÓBVIO


Se fechar os olhos,

posso imaginar o espaço do teu corpo

no meu

 

Posso esquecer-me de mim,

mas não deixar que tu me esqueças

 

Posso

Simplesmente gritar o óbvio

 

Mas o que é o “óbvio”,

quando o óbvio é apenas o que eu sinto?

E o que sinto é um abraço

Do tamanho do nosso desejo



POEMA ESCRITO E PUBLICADO EM 2012



FOTO DE TYLER RAYBURN

terça-feira, agosto 18, 2020

FINAS E FRÁGEIS

 

Por vezes,

há que pôr um ponto final

nas palavras...

Tão gastas,

tão finas e frágeis

como uma teia de aranhas.

Envelhecem como o corpo.

Quebram-se como o espelho.

Cansam-se como o olhar.

E, ficam tão vazias

como uma máscara de Carnaval,

depois de uma noite de folia.

Escrito e publicado em 2012


FOTO DE RUSLOV BOLGOV

domingo, agosto 16, 2020

A VELHA LOUCA DO CAIS - PARTE III

 

A minha decisão fatal???

Ter ficado aqui – encurralada, presa, não aos meus desejos, mas aos de alguém que não me queria, nunca me amou...

Devia ter partido; devia ter-te procurado...

Talvez as coisas fossem diferentes....

Talvez não...

Quem é que sabe o que as estrelas escreveram sobre o nosso destino?

Porque continuo a gostar de estrelas, mas deixei de escrever histórias...

Aquelas que se escrevem em papel, porque as outras ainda ressoam na minha cabeça...


3º Conto escrito e publicado em 2013