sexta-feira, dezembro 04, 2009

NAS MINHAS MÃOS

As minhas mãos afagam a doçura
e estendem-se gentis e tranquilas
pelas horas infindáveis
de muitas coisas passados
em anos vividos
abraçados num destino
que transporta consigo
pedaços de uma vida
As minhas mãos afagam a doçura
e trazem novos afagos de lua cheia
buscando ansiosas e aflitas
o consolo de uma pele macia
de tanto prazer abraçado
e de tanta delícia sentida
As Minhas Mãos, poema de António Sem
O meu comentário???
Olho para as minhas mãos...
E não sei o que têm para contar...
Estiveram tanto tempo sozinhas
que têm medo de falar...
Do prazer que é tocar noutras mãos..
Do calor que se espalha pelo corpo...
Do toque nos lábios de alguém
e sentir um beijo na palma...
Talvez estejam a sonhar...
Talvez seja uma fantasia...
Mas eu senti o beijo suave,
macio, quente
na palma das minhas mãos...
Que se fecham para o guardar.....

domingo, novembro 29, 2009

SEM RESPOSTA

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é o seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruaa te perco
Poema de Mário Cesariny
O meu comentário???
Fala-se novamente de amor...
Esse amor que parte à tua procura..
Não sei se te vai encontrar...
Nem tudo é real....
nem tudo o que sonhamos nos fala...
Fica guardado na linguagem dos sonhos..
Perdidos nessas ruas infinitas,
indecifráveis..
Posso já te ter encontrado....
Mas não ser quem tu queres....
E ficarmos sem respostas...