sexta-feira, junho 17, 2011

OUSADIA







Barco Negro

Amália Rodrigues

Composição : David Mourão-Ferreira


De manhã, que medo, que me achasses feia!

Acordei, tremendo, deitada n'areia

Mas logo os teus olhos disseram que não,

E o sol penetrou no meu coração.[Bis]



Vi depois, numa rocha, uma cruz,

E o teu barco negro dançava na luz

Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas

Dizem as velhas da praia, que não voltas:



São loucas! São loucas!



Eu sei, meu amor,

Que nem chegaste a partir,

Pois tudo, em meu redor,

Me diz qu'estás sempre comigo.[Bis]



No vento que lança areia nos vidros;

Na água que canta, no fogo mortiço;

No calor do leito, nos bancos vazios;

Dentro do meu peito, estás sempre comigo


O meu comentário???

E na loucura....
Amanhecemos todos....
Em perguntas tolas...
Em suspiros profundos...
Desilusões num turbilhão...
Agarramo-nos à esperança
como se não soubessemos...
O significado da luz
e do negro....
E o que fica,
além das memórias,
é o mar....


P.S.: Que me perdoem a Amália Rodrigues e o David Mourão Ferreira
por ousar comentar este Fado....




quarta-feira, junho 15, 2011

POSITIVAMENTE

Este foi o nosso último abraço. E quando,
daqui a nada, deixares o chão desta casa
encostarei amorosamente os lábios ao teu copo
para sentir o sabor desse beijo que hoje não
daremos. E então, sim, poderei também eu
partir, sabendo que, afinal, o que tive da vida
foi mais, muito mais, do que mereci.
Maria do Rosário Pedreira
O meu comentário???
E sentirei mais coisas...
Lembrar-me-ei do teu sorriso....
Da tua alegria em viver....
Ajudaste-me a saborear a vida....
A compreender os labirintos que temos que atravessar....
Sem medo, ou mesmo que se tenha, a enfrentá-lo...
Espero que também te lembres de mim...
Como alguém que viveu contigo...
Positivamente......

segunda-feira, junho 13, 2011

A VERDADE NA PELE

Apesar das ruínas e da morte,

onde sempre acabou cada ilusão,

a força dos meus sonhos é tão forte,

que de tudo renasce a exaltação.

E nunca as minhas mãos ficam vazias.



Sophia de Mello Breyner Anderson - Poesia**
 
O meu comentário???
Nem que seja o sol a beijá-las....
A Lua a acarinhá-las....
O simples respirar
quando tocam o rosto....
Nada é uma ilusão....
É a verdade da pele...
Do corpo despido
e vestido em sonhos....
Nunca esquecidos...
Nunca vencidos
ou vendidos...
Por isso, nunca
vazios...
 
** Poema já publicado no blog, mas comentário reescrito