sábado, maio 17, 2008

FRUTOS

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

Eugénio de Andrade

O meu comentário??
Nunca estivemos vivos...
Sentimos vergonha...
De quê e porquê?
Sentimos medo....
Dos outros?
Às vezes, os outros nem sabem que existimos....
Deixamos que o coração aprodreça em nós???
Não.....
Em vez de cair ao chão,
porque não tentar voar??
Caminhar ou escalar
ou trincar com gosto uma maçã???

sexta-feira, maio 16, 2008

RAZÕES PARA ESCREVER

ESCREVO - EUGÉNIO DE ANDRADE



Escrevo já com a noite em casa.
escrevo
sobre a manhã em que escutava
o rumor da cal ou do lume
e eras tu somente a dizer o meu nome.
Escrevo para levar à boca o sabor
da primeira boca que beijei a tremer.
Escrevo para subir às fontes
E voltar a nascer...






O meu comentário???


Escrever sobre tudo ou sobre alguém..


Escreve-se sobre ....


A neve que nos queima a pele???


Como o pó nos faz espirrar???


A forma como o corpo interpreta a música???


Como a boca é gulosa e atrevida???


Ah, a sedução da escrita.....


A verdade, a fantasia, o sonho....


Sempre...




Poema já colocado no blog, mas o comentário reescrito

quarta-feira, maio 14, 2008

RESPOSTA A DESAFIO

A SLetras fez-me o seguinte desafio:

São-nos pedidas seis palavras para uma curta "muito curta"biografia (há quem opte por um conceito) e podemos dar-lhes ênfase com uma imagem a condizer.
Devemos colocar um link para quem nos desafiou e por nossa vez desafiar mais cinco blogues, avisando-os deste mesmo convite à valsa".

Optei igualmente por uma frase/citação que resume o que penso da vida.
Não sei se está correcta, mas nas fases mais complicadas da minha vida, encontrei nela força para continuar...

"Sempre que Deus fecha uma porta, abre uma janela algures"...

O convite está aberto a todos.....

Até já

terça-feira, maio 13, 2008

VERDADE ABSOLUTA

NÃO SAIBAS: IMAGINA... Miguel Torga



Deixa falar o mestre, e devaneia...


A velhice é que sabe, e apenas sabe


Que o mar não cabe


Na poça que a inocência abre na areia.



Sonha!Inventa um alfabeto


De ilusões...


Um á-bê-cê secreto



Que soletres à margem das lições...




Voa pela janela



De encontro a qualquer sol que te sorri!



Asas? Não são precisas:



Vais ao colo das brisas,



Aias da fantasia...

O meu comentário???
Nunca se sabe tudo....
Há certezas cientificas....
mas a verdade absoluta???
Sonhar na areia....
Desenhar os ruídos do mar....
Inventar histórias nas ondas....
Ficar a olhar para o infinito...
Que importa a velhice?
Ou mesmo a infância....
O segredo é
....encontrar palavras que rimem com "ar".....

domingo, maio 11, 2008

SER MAIS FELIZ

FIM


Mário de Sá-Carneiro



Quando eu morrer


Batam em latas,



Rompam aos saltos e aos pinotes



Façam estalar no ar chicotes



Chamem palhaços e acrobatas.



Que o meu caixão vá sobre um burro



Ajaezado à andaluza:



A um morto nada se recusa



E eu quero por força ir de burro...


O meu comentário???
Talvez receber na morte o que se ignorou em vida...
Porquê??
Para quê??
O fim....
porque é que tem que haver um fim??
Ser palhaço...
Ou acrobata....
Sonhos de infância???
Porque não simplesmente seguir esses sonhos???
Talvez se seja mais feliz...