Quem sou eu hoje?...
Hoje, em que
não há palavras
escritas ou ditas
e as próprias cores
escondem-se
na sombra….
Quem sou eu hoje?...
Hoje, em que
não há palavras
escritas ou ditas
e as próprias cores
escondem-se
na sombra….
Não sei porquê…
mas ainda tropeço
no tempo dos verbos
e nada do que digo…
faz qualquer sentido….
Por isso…
escondo-me na nudez
da Noite…
para que a Alma
volte a gritar…
até que tudo faça
novamente
sentido….
Pensei…
Ah, tanta coisa
que eu penso….
mas que afinal
não leva a nada…
Leva apenas…
a uma grande solidão…
que continua
a arrastar-me
pelos labirintos da insónia….
Hoje
deixo que me envolvas
Gosto…
de te roubar palavras,
de fantasiar
que sou a tua Musa
e que descreves
o teu desejo
na minha pele….
Mas hoje….
as palavras desaparecem…
e eu…
apenas vagueio
pelas memórias….
Hoje…
esta página volta
a ficar em branco…
Porque as horas…
as horas continuam
a ser
longas,
dolorosas,
vazias…
E eu estou sozinha
na praia
com as gaivotas
a dançarem
no brilho do Sol…
Continuo…
a desejar que
a vida seja
tão simples
como o voo das gaivotas
num dia claro de Sol…
Mas nada é…
simples,
ou calmo….
Se a Vida desperta…
e, às vezes…
é violenta….
Hoje…
foi um dia calmo,
bonito…
E eu…
eu estive em paz…
Com o mar
a beijar-me os pés…
e a fazer-me
sonhar….
com os Deuses
no Olimpo….
Pedem-me
as palavras…
sei lá eu porquê -
que escreva sobre
a Alegria…
Com letras maiúsculas ….
Para que a Alma
finalmente
rejubile…
Esta noite…
volto a respirar…
Profundamente…
Estive perdida,
afoguei-me
na minha própria
mágoa…
E depois….
senti
os teus braços em mim…
e vivi
novamente….
uma noite de paixão
arrebatada…
DE LAURA MAKEBRESKI
Hoje…
volto a falar
de cores….
Pelo simples prazer
de as sentir…
a seduzirem-te
novamente…
numa noite
louca de paixão…
Continuo
com esta mania
de ser um Super Herói….
Mas…
quando volto a sentir
a tua mão
a tocar-me,
suave,
e delicadamente
no tornozelo…
Já não penso…
em Super Heróis...
Nada…
eu sei que nada…
é tão simples….
como escrever um poema
com as gotas da chuva….
Iludo-me…
Ah, sim, eu sei que tudo
se dispersa,
e fica reduzido a pó….
Mas que mal há…
em querer viajar
para além das nuvens?....
Não tenho pressa...
O tempo que tenho dedico-o
ao meu príncipe esfarrapado...
Perdido em memórias
que não são bem memórias...
O tempo não é nada;
o mundo...o que é o mundo?
Não sei responder,
porque não há palavras....
Há, sim, amor e dedicação....
Todos os dias do ano,
sem excepção...
POEMA ESCRITO EM 2010
Esta noite….
sou o porta-voz
das memórias…
As memórias
de abraços quentes
e paixões arrebatadas….
E sonho…
com palavras
de amor….
Livres
e sedutoras….
na luz prateada
da Noite…
Se pudesse…
responderia
às minhas próprias
perguntas….
Mas a verdade é…
que vivo rodeada
de “ porquês”....
Essa pequena palavra
tão vaga,
tão enganadora…
Que…
mesmo num dia quente
de Verão…
me faz sentir
gelada…
Como eu gostava….
que escutasses…
Os meus sonhos,
os meus desejos,
e até as minhas alegrias…
Mesmo que sejam
pequenas e loucas….
Mas tu…
Tu não escutas ninguém….
Continua…
a estar tudo
às avessas…
E eu grito…
Mas não sei
se é de dor
ou se é
apenas
de frustração…
Porque agora…
pois, agora
nada importa….
DE DARIA PETRILLI
Hoje…
a palavra de ordem é…
“aborrecida”…
Pensei…
em separá-la
em vogais
e consoantes
e escrever uma história
para cada uma…
Tal como
histórias de piratas
e donzelas em perigo,
de amores contrariados
e aventuras épicas…
Mas depois…
senti um sorriso
a desenhar-se
nos lábios…
e esqueci-me…
que tinha começado
o dia….
aborrecida….
DE DARIA PETRILLI