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A mostrar mensagens de maio 22, 2011

MUROS

FANTASMAS Mesmo que vós me toqueis, ainda assim me não contento. Mesmo que vós me leveis... Estão muito longe os anéis que há nos cabelos do vento... Para nossos bailes de fumo não há saletas reais. Corpos de fio de prumo, olhos de barco sem rumo, e ouvidos nos temporais. Quando a casa dorme e sonha é que os passos vem espreitar. Da torre negra, as cegonhas, sobre a planície que sonha, deitam fantasmas ao mar. Minhas claras companhias! Ainda assim me não contento. Há-de haver praias vazias, melancolias bravias como aquelas que eu invento. Tudo em mim é fracasso já não tem raiz humana. Nas pontas do mesmo laço É que o aço nos irmana. Convosco em pó me desato e a viagem não termina. Parto de mim em retrato, no movimento sem acto que o destino me destina. (Natércia Freire – 1920 – 2004) (enviado por Álvaro Lins) O meu comentário???? Procuro.... Respostas no vazio.... Não sei como o preencher.... Porque ouso desafiar o destino... Não falo de fama ou de glória.... Nem m...

VIDA EM POEMA

NÃO FALO DE PALAVRAS Não falo de palavras, nem de goivos, mas de horas atadas ao pescoço. Poema verdadeiro é sermos noivos: saber tirar a pele e o caroço ao grito entre a morte e outra morte que nos mantenha lassos e despertos até que venha o talhe que nos corte e nos retire os poços e desertos. Por isso, meu amor, o que te dou, beijo beijado em corpo claro e vivo, é mais que o verso que te dizem, ou aliterante, agudo ou conjuntivo. Colado a tudo, mesmo a contragosto, o rio inventa o verso, e não assim como se ao espelho visse o próprio rosto, mas tu além-palavra, ao pé de mim. (Pedro Tamen – 1934) (enviado por Álvaro Lins) O meu comentário??? O que se sente no corpo.... Vibra a vida, o desejo num poema real.... Com palavras sentidas na pele.... Que grita com o ardor da paixão.... Em que nada se inventa.... Tudo é possível.... Nesse poema que é a vida...

NOITE

Sem outra Palavra para Mantimento Sem outra palavra para mantimento Sem outra força onde gerar a voz Escada entre o poço que cavaste em mim e a sede Que cavaste no meu canto, amo-te Sou cítara para tocar as tuas mãos. Podes dizer-me de um fôlego Frase em silêncio Homem que visitas Ó seiva aspergindo as partículas do fogo O lume em toda a casa e na paisagem Fora da casa Pedra do edifício aonde encontro A porta para entrar Candelabro que me vens cegando. Sol Que quando és nocturno ando Com a noite em minhas mãos para ter luz. Daniel Faria, in "Dos Líquidos" O meu comentário??? Porque encontrei a luz ou perdi-a? Não sei.... Ás vezes, perco-me nos pensamentos, nas palavras, que encantam a alma... A minha... Secam-lhe as lágrimas, hoje num dia tão triste, que parece realmente noite.... Em memória da minha Mãe 26/2/1924 - 23/5/2010