DIVINO
Presto distraída atenção ao meu corpo.
O que me pede, eu faço.
Às vezes, não entendo logo as suas ordens, mas
cedo sempre.
Me achego a ele e indago:
"O que queres ? Ah, é isso? Então, concedo.
Sempre que eu resisti
um de nós saiu-se mal.
Nas 24 horas do dia, ele pede,
e quando cala, fala
num discurso de sonhos
que me abala.
Ele sabe. Eu sei que ele sabe,
e sabe antes de mim, e nele
eu sei dobrado, sou um-e-dois
como os dois cortes de um sabre.
"Corpo Exige" de Affonso Romano de Sant'Anna
O meu comentário???
O que vai mal em mim...
As lágrimas presas,
a dor no coração...
O corpo manifesta-se, alerta-nos...
Fugimos dele,
evitamos olhar para ele...
Até a alma conspira com ele....
Grita em nós nos sonhos
que achamos ser pesadelos....
Mas o verdadeiro pesadelo
começa; é tarde...
O corpo cansa-se;
a alma insurge-me contra nós..
Abandonam-nos;
deixam-nos sem sonhos...
Num nublina densa....
Onde podemos ficar para sempre;
ou quando regressamos,
ouvir a voz do corpo
é
reencontrar o divino...
Comentários
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Beijinhos
Verdinha
Dois bons poemas. se queres diga, gostei mais do teu, talvez seja mais um tipo mis do meu prório gosto.
Beijos
Daniel
Gostei de te voltar a ler.
Um beijo
Chris
úm voar de sensações...
sentidas..
vividas...
num reencontrar o divino
a alma que procura ser luz...
poesia...
abrazo serrano
mas que importa? pelos vistos, o corpo faz-se ouvir e só a possibilidade de conspiração é fascínio bastante para o espírito perdoar a hipótese da matéria e fazer do corpo um tapete de Aladino que faz voar os nossos sonhos
;_)))
Gostei muito.
Beijos.