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INTERROGAÇÕES

Cedo ou tarde Devias saber que é sempre tarde que se nasce, que é sempre cedo que se morre. E devias saber também que a nenhuma árvore é lícito escolher o ramo onde as aves fazem ninho e as flores procriam. Albano Martins Escrito a vermelho O meu comentário??? Interrogações.... Sobre uma verdade.... Inabalável... Nascemos e morremos.... Sol, lua, chuva torrencial ou miudinha... Com o cheiro das flores na Primavera.... As cores ricas do Outono... A tristeza do cinzento do Inverno... A alegria quente do Verão.... Porém.... Encher as horas e o olhar com essa beleza... Faz com que nunca seja tarde para nascer... Mas, sim, é sempre cedo para morrer....

COLORIDAS

Paleta Tens uma paleta a que faltam algumas cores. Talvez porque há substâncias a que não soubeste dar expressão. Ou porque elas são incolores. Ou porque em toda a realidade há fendas que nem pela palavra nem pela cor alguma vez saberás preencher. Albano Martins O meu comentário???? Palavra e cor.... Num abraço perdido no tempo... Nesse tempo em que não há cor.... Sente-se a solidão e o vazio... A tinta escorre da paleta.... Pinta no chão a nossa impotência... Perante factos que achamos que não podemos mudar... Podemos não inventar novas cores.... Mas podemos trocar as cores do arco-íris.... Nelas escrever uma palavra.... Basta só uma para abrir o céu e deixar que as palavras e as cores jorrem...

COM O MAR

Solidão Estás todo em ti, mar, e, todavia, como sem ti estás, que solitário, que distante, sempre, de ti mesmo! Aberto em mil feridas, cada instante, qual minha fronte, tuas ondas, como os meus pensamentos, vão e vêm, vão e vêm, beijando-se, afastando-se, num eterno conhecer-se, mar, e desconhecer-se. És tu e não o sabes, pulsa-te o coração e não o sente... Que plenitude de solidão, mar solitário! Juan Ramón Jiménez, in "Diario de Un Poeta Reciencasado" O meu comentário??? Perante o mar, eu não me sinto só.... Sinto-me parte dele.... Desejo partir com a espuma que se enrosca nos meus pés... Confundir-me com a areia fina... Formar uma pequena lagoa entre os rochedos... Reflectir o meu rosto em cada onda... Esquecer-me........ Abandonar-me aos meus pensamentos mais profundos... Deixar que me levem sempre até ti...... Sentir que me falas e me deixas tranquila...

BEIJA-ME A ALMA

A Cor da Tua Alma Enquanto eu te beijo, o seu rumor nos dá a árvore, que se agita ao sol de ouro que o sol lhe dá ao fugir, fugaz tesouro da árvore que é a árvore de meu amor. Não é fulgor, não é ardor, não é primor o que me dá de ti o que te adoro, com a luz que se afasta; é o ouro, o ouro, é o ouro feito sombra: a tua cor. A cor de tua alma; pois teus olhos vão-se tornando nela, e à medida que o sol troca por seus rubros seus ouros, e tu te fazes pálida e fundida, sai o ouro feito tu de teus dois olhos que me são paz, fé, sol: a minha vida! Juan Ramón Jiménez, in "Ríos que se Van" O meu comentário??? A cor da minha alma? A cor da tua alma.... Essa cor que espalhas no meu corpo... Quando me amas... Quando me roubas o sorriso... Beijando-me tranquilamente..... A cor da minha alma.... É a cor da paixão.... A cor do fogo.... Aquela que sentes... Quando sou atrevida e sou eu quem te reclama..........

O REAL

Le marin Par cette nuit de tempête noire, Les sens apeurés jettent le doute. L’univers se venge de la conscience Et la contraint à l’obédience. La terre, la mer et le ciel, Complotent sur un autel infernal. Il ne reste de dimension pour le réel Qu’une unité infinitésimale. Posé là, à même la mer, un marin Conduit sa barque dérisoire de nain ; Forcenné qui s’acharne en vain A éviter le néant, fusse demain. Il porte en lui son bagage Empli avec patience au fil des âges. A lui cette énergie, cette vie d’humain Que rien ne peut soustraire au destin. Fuir serait lâchement se dérober Au souffle créateur qui lui est inné. Il sait pourtant que rien ne lui appartient Sinon la recherche de la beauté et du bien. Alors, à force d’efforts Et de batailles en guerres, L’humilité le conduit enfin A vivre pour aimer. Poema de J.L - enviado pela Je vois la vie en vert do blog com o mesmo blog O meu comentário??? O real?? Qual a dimensão desse real?? Desse momento? Da essência das coisas? Será soletrar ...

Daqui, donde te chamo Daqui, donde te chamo, vejo a nau que parte do teu mar à procura do meu porto. No porão, transportas uvas… Do mosto fermentado gotejará vinho tinto de paixão, que em chamas espalharás na minha pele, em desalinho, à procura do teu norte. Espero-te na praia onde encalham marujos sem perícia, onde sucumbem cascos toscos de papel na demanda de paragens de utopia, mas onde aportarás com o penhor de um estandarte hasteado na abordagem ao teu sol que me enlouquece. Chamo-te… Espero-te… Quero despertar na espuma quente das ondas de vinho do teu ventre em madrugadas de pétalas marinhas. Poema enviado por Nilson Barcelli do blog Nimbypolis O meu comentário???? Eu encontro-te... Nessa praia de areia fina e branca... Que abafa os meus passos... ......Não quero que me vejas... ....já.... Quero... ..Apenas..... Que me sintas..... Deixes que a paixão se desenrole..... Como uma onda..... Se junte à minha...... Acorde, enfim, esse desejo e essa vontade.... E, sejamos os dois a na...

ATROZ

Coração! Esquecê-lo-emos! Tu e eu – esta noite! Tu poderás esquecer o calor que nos deu – Eu esquecerei a luz! Quando o tiveres feito, peço-te que me digas~ Para que eu possa recomeçar! Apressa-te! Senão, enquanto te demoras Lembrá-lo-ei! Emily Dickinson Poema enviado por Vasco (vbm) do blog Conversas de Xaxa O meu comentário??? Será tal possível??? Esquecer... .....ignorar.... .....passar por cima...... Expressões banais..... .....para definir..... Essa mágoa que insiste em se alojar aqui... .....no coração... Não, não é mágoa.... É uma dor mais profunda, mais enraizada.... Rasga-me..... Sufoca-me... Fecha-se em mim.... Numa escuridão atroz..... Por isso..... Esquecer-te.......... Nunca............