COM O MAR

Solidão

Estás todo em ti, mar, e, todavia,



como sem ti estás, que solitário,



que distante, sempre, de ti mesmo!






Aberto em mil feridas, cada instante,



qual minha fronte,



tuas ondas, como os meus pensamentos,



vão e vêm, vão e vêm,



beijando-se, afastando-se,



num eterno conhecer-se,



mar, e desconhecer-se.




És tu e não o sabes,



pulsa-te o coração e não o sente...



Que plenitude de solidão, mar solitário!






Juan Ramón Jiménez, in "Diario de Un Poeta Reciencasado"


O meu comentário???


Perante o mar, eu não me sinto só....

Sinto-me parte dele....

Desejo partir com a espuma que se enrosca nos meus pés...

Confundir-me com a areia fina...

Formar uma pequena lagoa entre os rochedos...

Reflectir o meu rosto em cada onda...

Esquecer-me........

Abandonar-me aos meus pensamentos mais profundos...

Deixar que me levem sempre até ti......

Sentir que me falas e me deixas tranquila...

Comentários

Gilbamar disse…
Marta, acho bastante interessante o seu estilo de comentar e imprimir sua própria marca nos textos escolhidos para postagem. O seu talento para a crítica literária flui e se torna evidente. Admiro essa sua qualidade.

Fraternal abraço do amigo Gilbamar.
Nilson Barcelli disse…
Gostei do poema e do teu comentário.
Ambos excelentes.
Boa semana, beijo.
QUERIDA MARTA O POEMA E COMENTÁRIO... SUBLIMES... UM ABRAÇO DE CARINHO E TERNURA,
FERNANDINHA
Entre "linhas" disse…
Como sempre belos poemas,mas a capacidade dos teus comentários consegue superar.
Bjs Zita
Anónimo disse…
Não tenho palavra pra descrever como são humanos e leves seus poemas parabens
BC disse…
Como sempre uma excelente abordagem ao poema.
Beijos Marta
Isabel

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