CORES DE OUTONO
Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.
Pablo Neruda
O meu comentário???
E encontraste o motivo para viver....
Por medo não falavas...
Através do amor, soltaste essas palavras...
Abandonadas, amordaçadas....
Espezinhadas....
E, no cinzento da alma, pintaste as cores ricas...
Desse amor que te libertou e te fez olhar em frente...............
Comentários
Sabes, que tenho muita admiração pelo pensamento de Neruda. Sobre o teu comentário, acho-o adequado, no entando a um poeta pode ser licito, uma espécie de auto censura. Ele depende um pouco do que pensa, do tema que aborda. Depois porque o faz em determinada conjuntura política.
Daniel
Já te casei com Neruda, hoje vou casar-te, numa relação de bigamia, com a qualidade...
És o máximo.
Beijinhos
Olhando com ouvido de um poeta as tuas palavras, sussurro ao teu ouvido : Não vivas o medo das palavras; são ricas na tua voz.
obrigado por existires neste universo que nos aproxima. - todos que gostam da melodia das palavras pintadas de mil cores retocadas nos sentimentos-.
bjos do Pj
Bjs * *
Lindo poema, sempre acompanhado de um excelente coemntário!
xi-coração