QUEM SABE???
Navio
Tenho a carne dorida
Do pousar de umas aves
Que não sei de onde são:
Só sei que gostam de vida
Picada em meu coração.
Quando vêm,vêm suaves;
Partindo,tão gordas vão!
Como eu gosto de estar
Aqui na minha janela
A dar miolos às aves!
Ponho-me a olhar para o mar:
-Olha-me um navio sem rumo!
E,de vê-lo,dá-lho a vela,
Ou sejam meus cílios tristes:
A ave e a nave, em resumo,
Aqui, na minha janela.
Vitorino Némesio
O meu comentário???
Despreocupada e alegre....
Devia ser...a vida....
Nem sempre...há uma tristeza encalhada tal como o navio....
Abandonado e triste...esquecido,
mas refúgio do tempo e das aves....
Livres e alegres....
Ou não..........
Quem sabe que histórias contam ao soltar gritos tão estridentes?
Quem sabe se não cortam as asas nas correntes do vento?
Procuram a nossa companhia, pois nos sentem tão sós como elas???
Comentários
Resta-me dizer que é para mim um privilégio poder ler-te e deliciar-me com as tuas criteriosas escolhas
Beijinhos
Qualquer dia, não publique poemas e faça comentários ... Crie os seus poemas, pois tenho a certeza que a qualidade do seu blog continuará...
Xi-coração
Este poema faz-me lembrar os meus muito amados pombos da Praça que tanta companhia me fazem quando me sento lá sozinha a beber um café e a observar a vida dos outros... A humanidade, os gestos, os barulhos, as carícias, os gritos...
Se os pombos pudessem falar!
Um grande beijo tribal
É bom recordar as palavras de Vitorino Nemésio e é interessante, ver como as comentas. Acabas sempre por simular um diálogo interessante de seguir.
Daniel