DOLOROSAMENTE
O VERÃO
Estás no verão,
num fio de repousada água, nos espelhos perdidos sobre
a duna.
Estás em mim,
nas obscuras algas do meu nome e à beira do nome
pensas:
teria sido fogo, teria sido ouro e todavia é pó,
sepultada rosa do desejo, um homem entre as mágoas.
És o esplendor do dia,
os metais incandescentes de cada dia.
Deitas-te no azul onde te contemplo e deitada reconheces
o ardor das maçãs,
as claras noções do pecado.
Ouve a canção dos jovens amantes nas altas colinas dos
meus anos.
Quando me deixas, o sol encerra as suas pérolas, os
rituais que previ.
Uma colmeia explode no sonho, as palmeiras estão em
ti e inclinam-se.
Bebo, na clausura das tuas fontes, uma sede antiquíssima.
Doce e cruel é setembro.
num fio de repousada água, nos espelhos perdidos sobre
a duna.
Estás em mim,
nas obscuras algas do meu nome e à beira do nome
pensas:
teria sido fogo, teria sido ouro e todavia é pó,
sepultada rosa do desejo, um homem entre as mágoas.
És o esplendor do dia,
os metais incandescentes de cada dia.
Deitas-te no azul onde te contemplo e deitada reconheces
o ardor das maçãs,
as claras noções do pecado.
Ouve a canção dos jovens amantes nas altas colinas dos
meus anos.
Quando me deixas, o sol encerra as suas pérolas, os
rituais que previ.
Uma colmeia explode no sonho, as palmeiras estão em
ti e inclinam-se.
Bebo, na clausura das tuas fontes, uma sede antiquíssima.
Doce e cruel é setembro.
Dolorosamente cego, fechado sobre a tua boca.
José Agostinho Baptista
O meu comentário???
Dolorosamente sedutor...
Declaração, poema de amor...
Dolorosamente...
porque o tempo dedicado a esse amor termina...
Cruel....
porque o desejo torna-se prisioneiro de si próprio...
Porquê???
É-se realmente cego............
Se o que se viveu em pleno no Verão..........
Fica só na memória...no coração....
Comentários
Não conhecia o Jose Agostinho Baptista (ou Batista??).
Parece-me interessante a forma como constroi os versos. Fico na expectativa dos próximos textos.
Quanto a ti, acho que já disse tudo. És tu e pronto!
Beijinhos (de verão)
Um belo poema de José Agostinho Baptista, não obstante, um certo desencanto, no findar do Verão.
Por outro lado, com o teu comentário, acabas por seguir a mesma linha. Tudo muito bem, mesmo não sendo o meu sentir.
Beijo
Daniel
beijinhos das nuvens
Doces e cruéis são as memórias que revestem novos dias...
Beijinho *
:-)