SERENO

Cavalos feridos de silêncio






São de fogo os seus cabelos soltos









suspirando ao longo das montanhas









onde há cavalos cheirando a suor e a pássaros









feridos de silêncio.


















Há maresia nos seus olhos serenos









e brandos de lume









perdidos em ondas de ternura e vento









e há espelhos e pradarias imensas e quentes









chispas de sol derretendo gestos e falas









nos recantos das pálpebras









de veludo.


















O seu corpo solta-se de repente









em tempestades convulsas de erva molhada









por sobre um lençol de terra









com sabor a fruta fresca e a madeira antiga









lembrando palavras









que nunca foram ditas.


















José António Gonçalves








O meu comentário???








Mas que se sentiram...








Guardadas na memória...








Para além do cheiro que ainda paira no ar..........








A tranquilidade com que se viveu o momento...








Esse momento que continua presente...








Escondido no olhar....








Talvez as palavras estejam gastas....








E o amor navege com o mar...








Ao bater na areia....este conte tudo.............




Comentários

renard disse…
Animal gracioso e forte, o cavalo é dos meus preferidos. Age como deveríamos todos agir. Nunca se deita a não ser para parir e para morrer. Assim devíamos nós fazer, erguer-nos perante as adversidades e com resiliência tornarmos o que é difícil um instrumento para no futuro sermos mais fortes...

Um abraço apertado
Nilson Barcelli disse…
O poema é excelente, mas o teu "acrescento" não lhe fica atrás em criatividade poética.
Gostei.

Beijinhos.
Carla disse…
palavras de veludo que adorei ler
beijos
Ivan Da Luz disse…
Nossa..
É tanto carinho que aqui encontrei.
tanta suvidade.
Esse blog é um poema.
Quero escrever assim quando eu crescer.

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