NÃO SER

Lembrar os teus carinhos induz
a ter existido um pomar
intangíveis laranjas de luz
laranjas que apetece roubar.

Teu luar de ontem na cintura
é ainda o vestido que trago
seda imaterial seda pura
de criança afogada no lago.

Os motores que entre nós aceleram
os vazios comboios do sonho
das mulheres que estão à espera
são o único luto que ponho.

"Bilhete para um Amigo Ausente",
de Natália Correia in "O Vinho e a Lira"

O meu comentário???
Memórias....
Sempre as memórias que ficam...
Dolorosas, sombrias...
Porque é o fim?
O fim de tudo ou só do sonho?
Desse sonho
onde se dançou com a luz...
Rodeada dos cheiros da Primavera....
Ou o adeus ao amor...
Aquele que se evadiu dos corações.....
Por não ser o amor
com que tanto sonhávamos......




Comentários

Álvaro Lins disse…
Natália é sempre Natália. Excelente escolha.
16 de fevereiro de 2011 às 20:58
Anónimo disse…
O poema da Natália é extraordinário;
A tua réplica está ao par.

Bjs
16 de fevereiro de 2011 às 23:02
Daniel Costa disse…
Marta

No amor embora pareça que tudo vai bem, nem sempre é o caso poderá deduzir-se do poema de Natália Correia. Seguindo a linha realças mais esse facto. Uma prestação interessante e peculiar, de que gostei.
Beijos
18 de fevereiro de 2011 às 09:13
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