EXTREMO

Tu já me arrumaste no armário dos restos
eu já te guardei na gaveta dos corpos perdidos
e das nossas memórias começamos a varrer
as pequenas gotas de felicidade
que já fomos.
Mas no tempo subjectivo
tu és ainda o meu relógio de vento
a minha máquina aceleradora de sangue
e por quanto tempo ainda
as minhas mãos serão para ti
o nocturno passeio do gato no telhado?

de Isabel Meyrelles in "100 poemas portugueses para SMS"

O meu comentário???
Não sei...
Não quero saber,
porque não sei o que custa mais...
Varrer-te da alma ou do corpo?
Ainda se acorda em sobressalto...
Ainda se pensa em como "está atrasado"
e pega-se no telefone....
Fica uma chamada não atendida...
Fica a frustração
e uma raiva surda....
Depois,
é escondermo-nos atrás de qualquer coisa....
Geralmente,
vou de um extremo ao outro...
Um tango "caliente"
ou Debussy, "Clair de Lune"....

Comentários

Unknown disse…
Muito belos os poemas, parabéns.
Graça Pires disse…
Um amor que se quer esquecer mas ainda sobressalta o coração... Gostei dos dois poemas.
Um grande beijo.
A. Jorge disse…
Optima escolha e excelente comentário. Já tinha saudades!

Beijos

Jorge

http://coracaoentrepalavras.blogspot.com/
Daniel Costa disse…
Marta

Oferece-me dizer que li dois belos poemas.
Beijos
Sofá Amarelo disse…
O que tem de ser será para sempre mas que ... não seja! E ser o relógio de vento é algo que o tempo não pode apagar!
Filoxera disse…
Raiva é que não, Marta...
Alguma mágoa, dor... Mas há que continuar.
Bom fim-de-semana.

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