CONFISSÕES
Confesso
que não sei o que confessar...
Talvez
a culpa seja um pecado, mas não tenho coragem de perguntar.
Porque
estou cansada, triste demais para falar da minha alma doente.
Talvez
isto seja desistir; talvez seja esse o meu pecado, mas eu tentei...
Tropecei
na desilusão, magoei-me com as mentiras, desiludi-me com o tempo e
quando gritei porquê, encontrei o vazio.
Confesso
que nem sempre perdoo.
Não
gosto de olhares falsos ou sorrisos bajuladores.
Ou
palavras traiçoeiras...
E,
às vezes, peço apenas silêncio para me sentir. Para fechar os
olhos e divagar algures, longe daqui, destas confissões que só eu
escuto.
Não
falo de pecados mortais.
Confesso
erros que me humilharam, mas que se tornaram numa lição valiosa.
E
se fui vaidosa, se voei até ao topo do Mundo por um minuto... para
quê negar de que gostei?
Gosto
da noite, dos sons e dos cheiros. De música suave e de pés
descalços.
Da
brisa no Verão, de nuvens e de cor-de-rosa.
Não
gosto do som da minha voz e de ter as mãos pequenas. De nem sempre
sorrir...
Mas
esqueço tudo quando fecho os olhos e amo as palavras com que agora
me confesso.
Numa
confissão que não é uma confissão, se o meu único pecado é
gostar de estar viva
nestas
palavras...
TELA
DE ENNIO MONTARIELLO
Uma das respostas
ao desafio/tema proposto
pela Editora “Lua de Marfim” - “Confissões”
pela Editora “Lua de Marfim” - “Confissões”
Comentários
Este teu poema, é empolgante de sentido, prende e convida a reler, dá sentido à vida.
Feliz Ano de 2015!
Beijos
pecado nao houve.
Antes sera um estado de alma,
uma cancao de sons
arrumados com a ternura
de quem sente.
Que 2015 lhe seja favorável!
Um beijinho.
Ailime
"Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou. [...]
Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!"
Um beijo.