Fui um livro… Não sei porque escrevi “fui”, se continuo a ser um livro… Com a capa estragada, é certo; algumas folhas estão rasgadas e amareladas. Estou aqui, abandonado neste sótão… não me lembro por quem… Lembro-me do Sol, dos cheiros e do toque da pele. Lembro-me sobretudo dos suspiros apaixonados, pois sou um romance de cordel, de amores escondidos, traídos, sufocados. Um retrato de uma época que já não existe; hoje, não faz qualquer sentido. É simplesmente um fantasma que eu não sou. Ainda existo; ainda tenho voz e hoje… Hoje alguém me encontrou. Alguém com a pele muito branca, uns olhos verdes muito vivos e cabelo comprido de uma cor que não consigo identificar. Uma rapariga que gritou: “ Uuau! Tantos livros! De quem são?” mas não ouvi qualquer resposta. Ela abriu a janela e o Sol, por quem me apaixonei um dia, voltou a seduzir-me. A rapariga olhou em volta, maravilhada com as caixas de cartão e o mobiliário antigo. Texto (incompleto) escrito em 2010 por MV@MartaVinha...
Comentários
Continue a cuidar-se minha Amiga Marta.
Uma boa semana.
Um beijo.
Que o grito ecoe pelo universo e traga à alma poética toda serenidade que for possível!
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho de gratidão
AbraÇo!
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Esperava ser a novidade do amanhecer
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Beijo, e uma excelente semana.
Poema lindíssimo que muito gostei de ler.
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Cordiais cumprimentos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Um poema belíssimo!
Sempre é tempo de recomeçar mesmo que para tal necessitemos de expandir nossos sentimentos.
Um beijinho e uma boa semana.
Ailime
que pedem por libertação...
hão de ser deixados livres,
gritar se preciso for,
se este for o preço a ser pago
diante de um vislumbre
de um sublime re(começo)!
Belíssimo seu Poema, Marta, você que é amiga de vários amigos/as meus, vim conhecer seu espaço e me encantar, por certo. Te sigo com alegria.
Voltarei, um boa semana, um abraço
Valéria