NAS MINHAS MÃOS
As minhas mãos afagam a doçura e estendem-se gentis e tranquilas pelas horas infindáveis de muitas coisas passados em anos vividos abraçados num destino que transporta consigo pedaços de uma vida As minhas mãos afagam a doçura e trazem novos afagos de lua cheia buscando ansiosas e aflitas o consolo de uma pele macia de tanto prazer abraçado e de tanta delícia sentida As Minhas Mãos, poema de António Sem O meu comentário??? Olho para as minhas mãos... E não sei o que têm para contar... Estiveram tanto tempo sozinhas que têm medo de falar... Do prazer que é tocar noutras mãos.. Do calor que se espalha pelo corpo... Do toque nos lábios de alguém e sentir um beijo na palma... Talvez estejam a sonhar... Talvez seja uma fantasia... Mas eu senti o beijo suave, macio, quente na palma das minhas mãos... Que se fecham para o guardar.....
Comentários
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Deixando cumprimentos
Que me dera navegar pelas águas do alto mar.
Beijos e um excelente dia
Tropear em palavras e formar poemas assim tão libertos, sem tropeços...
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e frantern de paz e bem
Marta, um bom fim de semana.
Beijo.
Tropeçar nas palavras acontece mais vezes do que gostaríamos - nada conseguimos contra a força inexorável do "Grande Outro Primordial", ou, como diria Freud, do nosso SuperEgo a ditar os "actos falhados" que nos dão a conhecer da pior maneira.
Marta, só uma extraordinária sensibilidade consegue a finura expressa neste poema, através do deslizamento coerente da sintaxe, no sentido da condensação da metáfora.
Um abraço e boa semana.