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A mostrar mensagens de agosto 30, 2009

RAZÕES

Sonetos que não são Aflição de ser eu e não ser outra. Aflição de não ser, amor, aquela Que muitas filhas te deu, casou donzela E à noite se prepara e se adivinha. Objeto de amor, atenta e bela. Aflição de não ser a grande ilha Que te retém e não desespera. (A noite como fera se avizinha.) Aflição de ser água em meio à terra E ter a face conturbada e móvel. E a um só tempo múltipla e imóvel Não saber se se ausenta ou se te espera. Aflição de te amar, se te comove E sendo água, amor, querendo ser terra Hilda Hist O meu comentário??? Dúvidas, eternas perguntas Certezas a que nem sempre o tempo responde. Naufraga-se, nada-se para terra.. Espera-se, mas desesperar não.. A resposta não é essa... A ausência pode não ser essa... Outras razões, outros desejos.. Compreender e caminhar... Ás vezes, por entre destroços.. Outras, num jardim.. Dúvidas... haverá sempre...

MISTURA

Nunca fui como todos Nunca tive muitos amigos Nunca fui favorita Nunca fui o que os meus pais queriam Nunca tive ninguém que amasse Mas tive somente a mim A minha absoluta verdade Meu verdadeiro pensamento O meu conforto nas horas de sofrimento não vivo sozinha porque gosto e sim porque aprendi a ser só... Florbela Espanca O meu comentário??? Fala-se de solidão, de amizade e de amor??? Uma estranha mistura, uma verdade impossível... De entender, de enfrentar, de aceitar... De viver.... Há alguém que nos ama... Poderá não nos amar em absoluto... Como pensamos que merecemos e queremos... Ou talvez a verdade seja: sermos nós que não sabemos como amar... e nos sentirmos, por isso, tão sós....