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A mostrar mensagens de junho 28, 2009

HESITAR

Surdo, Subterrâneo Rio Surdo, subterrâneo rio de palavras me corre lento pelo corpo todo; amor sem margens onde a lua rompe e nimba de luar o próprio lodo. Correr do tempo ou só rumor do frio onde o amor se perde e a razão de amar --- surdo, subterrâneo, impiedoso rio, para onde vais, sem eu poder ficar? Eugénio de Andrade O meu comentário??? Talvez não seja o nosso tempo de amar... O rio sabe que margens deve desbravar para correr feliz.. Nós ainda hesitamos e o tempo passa, esquece-nos... Ficamos presos a tentar descobrir a razão de amar... Somos nós os surdos... Perdemos realmente o amor e o rio continua livre....

NOUTRO LOCAL

Contam que as sombras permanencem agora mais tempo sobre as dunas e que a flor de laranjeira rebentou pelos caminhos, encantando as viagens; que os morangos crescem, se os dedos se aproximam, e que já se ouve, ao longe um rumor de asas contrário a qualquer vento. Falam de um perfume estranho que paira pela cidade e pelas palavras soltas que os rapazes andaram a escrever pelos muros em segredo. E eu não sei nada disto que me contam, nem me aquece a luz quente que, como dizem, afaga de manhã os ombros de quem passa e vai a outro lugar sentir o mesmo lume. E eu também já não sinto a primavera: os dedos doem-me nos livros, sento-me de noite à janela. Olho a lua que já não posso ter. Escondo-me dos gatos. Dispo-me e vou dormir lá fora com as aves. De Maria do Rosário Pedreira (Livro "A Casa e o Cheiro dos Livros") O meu comentário??? O que dizer, enfim? Não sei se estou com pena de mim... Se estou a deixar que a dor me arraste... Me cegue e eu esteja inume ao que me rodeia... Se n