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A mostrar mensagens de maio 15, 2011

LONGAMENTE

COISA AMAR Contar-te longamente as perigosas coisas do mar. Contar-te o amor ardente e as ilhas que só há no verbo amar. Contar-te longamente, longamente. Amor ardente. Amor ardente. E mar. Contar-te longamente as misteriosas maravilhas do verbo navegar. E mar. Amar: as coisas perigosas. Contar-te longamente que já foi num tempo doce coisa amar. E mar. Contar-te longamente como dói desembarcar nas ilhas misteriosas. Contar-te o mar ardente e o verbo amar. E longamente as coisas perigosas. Poema de Manuel Alegre (enviado por Álvaro Lins) O meu comentário??? Longamente amar-te..... Sem respeitar as regras do verbo... Porque amar é simplesmente amar... Com paixão, com esse ardor que não se conta nas palavras... Porque é misterioso e os caminhos que traça na pele.... São infinitos..... Tão infinitos como amar longamente.....

PRESENÇA

HINO À DOR Sorri com mais doçura a boca de quem sofre, Embora amargue o fel que os seus lábios beberam; É mais ardente o olhar onde, como um aljofre, A Dor se condensou e as lágrimas correram.   Soa, como se um beijo ou uma carícia fosse, A voz que a soluçar na Desgraça aprendeu; E não há para nós consolação mais doce Que o regaço de quem muito amou e sofreu.   Voz, que jamais vibrou num soluço de mágoa, Ao nosso coração nunca pode chegar... Mas o pranto, ao cair duns olhos rasos de água, Torna mais penetrante e mais profundo o olhar   Lábio, que só bebeu na fonte da Alegria, É frio, como o olhar de quem nunca chorou; A Bondade é uma flor que se alimenta e cria Dos resíduos que a Dor no coração deixou.   Em tudo quanto existe o Sofrimento imprime Uma augusta expressão... mesmo a Suprema Graça, Dando aos versos do Poeta esse esmalte sublime Que torna imorredoira a Inspiração que passa.   É por isso que a Dor, sem trégua nem guarida, Dor sem resignação, Dor de estóico ou de santo, Só d

24 HORAS

Quando já não há nada absolutamente nada pra dizer e cada dia te parece apenas uma longa e inútil sequência de vinte e quatro horas vazias Quando uma folha de papel é um deserto branco já sem rosto um firmamento sem constelação uma página nua, uma página muda há dois rápidos olhos que te falam desde sempre da terra prometida Consegues fixá-los Não tens medo? Vê como arde súbito o seu gelo no fundo das pupilas e não hesites – rouba essa vertigem ao coração da noite porque às vezes não há outra saída para algumas palavras que ainda podem ser um arco uma flecha perto do alvo que ninguém conhece Poema de Fernando Pinto Amaral O meu comentário??? E fala... Grita todas essas palavras... Sem medo... Alguém as escutará... E essa página não ficará em branco.... Não roubes nada à noite... Torna-te num aliado.... E as 24 horas do dia.... Vive-as apenas...... Por ti....