APESAR DE TUDO

Quando o Amor Morrer Dentro de Ti


Quando o amor morrer dentro de ti,

Caminha para o alto onde haja espaço,

E com o silêncio outrora pressentido

Molda em duas colunas os teus braços.

Relembra a confusão dos pensamentos,

E neles ateia o fogo adormecido

Que uma vez, sonho de amor, teu peito ferido

Espalhou generoso aos quatro ventos.

Aos que passarem dá-lhes o abrigo

E o nocturno calor que se debruça

Sobre as faces brilhantes de soluços.

E se ninguém vier, ergue o sudário

Que mil saudosas lágrimas velaram;

Desfralda na tua alma o inventário

Do templo onde a vida ora de bruços

A Deus e aos sonhos que gelaram.
 

Ruy Cinatti, in “Obra Poética”

O meu comentário???
Limpa as lágrimas...
Olha em frente....
Porque há outros sonhos,
outras paixões...
Acredita....
Apesar de tudo
que possa dizer o contrário....
Se deixares
que o amor morra em ti...
A vida escapa-te
e quem te deixou....
Não quererá isso de ti.....
Porque se continuou a sua jornada,
sem ti....
Tu não podes ficar presa
a memórias que apenas te magoam a alma....

Comentários

Sofá Amarelo disse…
O Amor e a própria vida andam juntos, caminham pelo mesmo estado de espírito do autor, moldado em colunas, espalhado aos quatro ventos, mas no fim desfraldando na Alma o inventário de toda uma vida!
Smareis disse…
O amor é a essência da vida. adorei o poema.Um beijo e ótimo fim de semana!
Devemos levantar a cabeça, enxugar as lágrimas, fazer uma "faxina" no coração e assim ir em busca de novos amores. Porque o amor não pode morrer em nós.. ele é um sentimento muito sublime para se deixar ser morto assim...
Graça Pires disse…
Quando o amor morrer dento de ti... Ruy Cinatty diz-nos no poema a melancolia da alma. Depois vens tu e dizes "Limpa as lágrimas...
Olha em frente....
Porque há outros sonhos,
outras paixões..." Concordo contigo...
Beijos, amiga marta.

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