Fui um livro… Não sei porque escrevi “fui”, se continuo a ser um livro… Com a capa estragada, é certo; algumas folhas estão rasgadas e amareladas. Estou aqui, abandonado neste sótão… não me lembro por quem… Lembro-me do Sol, dos cheiros e do toque da pele. Lembro-me sobretudo dos suspiros apaixonados, pois sou um romance de cordel, de amores escondidos, traídos, sufocados. Um retrato de uma época que já não existe; hoje, não faz qualquer sentido. É simplesmente um fantasma que eu não sou. Ainda existo; ainda tenho voz e hoje… Hoje alguém me encontrou. Alguém com a pele muito branca, uns olhos verdes muito vivos e cabelo comprido de uma cor que não consigo identificar. Uma rapariga que gritou: “ Uuau! Tantos livros! De quem são?” mas não ouvi qualquer resposta. Ela abriu a janela e o Sol, por quem me apaixonei um dia, voltou a seduzir-me. A rapariga olhou em volta, maravilhada com as caixas de cartão e o mobiliário antigo. Texto (incompleto) escrito em 2010 por MV@MartaVinha...
Comentários
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Pensamento relaxante...
Beijo e um excelente fim de semana!
Ora ri ora chora.
O vento encontra - se sempre por perto.
Não fizesse ele parte do nossos respirar.
Sorrisos de alegria.
Megy Maia
O vento vai levando tudo que sentimos e, sendo assim, ele percorre becos e vielas ainda que em disfarces.
Muito interessante a reflexão poética.
Tenha um final de semana abençoado!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
https://espiritual-marazul.blogspot.com/2020/02/manifestando-o-amor-inspirada-em.html
Em eterno movimento?
Se esconde na voz do vento
Ou n'aragem que responde
Por calmaria que sonde
O caminho no relento
Sem ter rumo nem assento
Mas nobre como se um conde.
Onde o vento está agora?
Na boceta de Pandora
Ou preso na atmosfera?
Para mim faz mais sentido
O vento estar escondido
Em nós, do lado de fora!
Grande abraço! Laerte.
Um poema belíssimo!
É verdade, o vento chora e ri conforme as nossas emoções.
Um beijinho e um ótimo fim de semana.
Ailime
beijo
LINDO.
Beijos
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