Fui um livro… Não sei porque escrevi “fui”, se continuo a ser um livro… Com a capa estragada, é certo; algumas folhas estão rasgadas e amareladas. Estou aqui, abandonado neste sótão… não me lembro por quem… Lembro-me do Sol, dos cheiros e do toque da pele. Lembro-me sobretudo dos suspiros apaixonados, pois sou um romance de cordel, de amores escondidos, traídos, sufocados. Um retrato de uma época que já não existe; hoje, não faz qualquer sentido. É simplesmente um fantasma que eu não sou. Ainda existo; ainda tenho voz e hoje… Hoje alguém me encontrou. Alguém com a pele muito branca, uns olhos verdes muito vivos e cabelo comprido de uma cor que não consigo identificar. Uma rapariga que gritou: “ Uuau! Tantos livros! De quem são?” mas não ouvi qualquer resposta. Ela abriu a janela e o Sol, por quem me apaixonei um dia, voltou a seduzir-me. A rapariga olhou em volta, maravilhada com as caixas de cartão e o mobiliário antigo. Texto (incompleto) escrito em 2010 por MV@MartaVinha...
Comentários
Que lindo poema. Que esses ventos charmosos, possam nos trazer boas noticias.
Abraços,
Dan
https://gagopoetico.blogspot.com/2021/03/comida-poesia.html
Todos seus dias sejam bons e Perfumados.
Consiga ouvir sua voz interior de ser feliz...
Cuide-se bem, amiga!
Beijinhos carinhosos e fraternos
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Em dia mundial da poesia, é Primavera
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Beijo, e um excelente Domingo...
Pura sedução poética.
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Feliz domingo … abraço
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Que bom para si, Marta.
Por aqui, os ventos não têm sido nada charmosos...
O poema, belo e expressivo.
Boa semana. Beijinho.
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Que os ventos soprem partículas de amor e esperança...
Votos de uma excelente semana!
Beijinhos!
para hoje, e todos os hojes
que a vida contém
Será pedir muito?
Não.
Para mim o dia seria melhor se viesse a vaccine
que espero sentado.
Beijo.