SUFOCADOS



Encantatória

Custa é saber
como se invoca o ser
que assiste à escrita,
como se afina a má-
quina que a dita,
como no cárcere
nu se evita,
emparedado, a lá-
grima soltar.

Custa é saber
como se emenda morte,
ou se a desvia,
como a tecla certa arreda
do branco suporte
a porcaria.


Luiza Neto Jorge





O meu comentário???





O 1º passo....





É sempre o mais complicado...





Não sou eu quem o diz; é um ditado popular...





Há quem faça troça....





Mas a morte não se emenda - existe........





Há dias em que se olha para a folha em branco.........





Não há palavras.....


.......não há sons que definam a verdade dos nossos sentimentos....





E isso custa.....porque nos sentimos sufocados..............

Comentários

Nilson Barcelli disse…
Há tanta coisa que custa...
A morte é inevitável e a escrita, para alguns, também o é.
Não sendo o meu caso, ao escrever o meu último poema quase que dou um nó cego nos meus neuroniozinhos... isto é, custou-me, suei para o acabar...
Beijinhos.
Daniel disse…
Marta

Aqui está um poema de Luiza Neto Jorge, parecendo simples, é profundo.
O teu comentário, com a ideia de iniciar com o primeiro passo, o mesmo que dizer: para se percorrer um longo caminho é necessário dar o primeiro passo, tem sentido.
Beijos,
Daniel
Estranho como por vezes as palavras que escolhemos para exprimir o que sentimos, nos sufocam o sentir...

Beijinho *
:-)
Olá querida Marta, adorei como expressas o teu pensamento !... Beijinhos de carinho,
Fernandinha
Unknown disse…
Há dias que fico assim..."olho a folha em branco...e nada...
Abraços
Marta. Li e reli este poema da LNJ.
Tenho dificuldade em fazer um comentário ao seu conteúdo. Fico-me, por hoje, pelo teu comentário.
Como concordo contigo sobre o sufoco que a ausencia das palavras provoca...
Beijinhos

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