FALAR AGORA
Contam que em pequenino costumava,
Ao ver-me num cristal reproduzido,
Beijar a própria boca, em que julgava
Ver a boca de alguém desconhecido.
Cresci. Amei-a. E tão alheio andava,
No sonho por seus olhos promovido,
Que em vez de cartas que ela me enviava
Eu lia o que trazia no sentido...
Rodou o tempo. Estou doente e velho...
Agora se me acerco dum espelho...
Oh meus cabelos, noto que alvejais...
E as cartas dela, se as releio agora,
Só vejo por aquelas linhas fora,
Palavras e palavras...Nada mais!
Poema de Augusto Gil
O meu comentário???
Com os quais já não sonho...
Não lhes descubro o sentido...
Já nem sei se amei
ou mesmo o que é o amor...
E, o espelho é impiedoso...
Ou terei sido eu
quem se esqueceu de olhar?
E decifrar no reflexo
as verdadeiras palavras....
O prazer do beijo,
da paixão, do amor...
Não falam comigo agora???
Comentários
abraços!!
E, entre outras phantasias,
Eu disse-lhe sorrindo:
Se Deus surgisse agora, aqui, perante nós
O que é que lhe dizias?
- Que nos deixasse sós...
AUGUSTO GIL
Beijito.
ACREDITA!!!
A vida por vezes é bem complicada
Beijos de amizade