NADA MAIS

As palavras mais simples
foram as que te dei;
o amor não sabe outras,
só estas fazem lei.
As palavras de uso
mais comum e vulgar
são as que o amor conhece.
Com elas nos pensamos;
é nelas que tememos
desacertos, enganos;
se nelas triunfamos,
já delas nos perdemos.
Com palavras vulgares
se diz o mal do amor,
seu riso, seu espelho,
o que fica da dor.
E todos os mistérios
se fazem promessa
e se perdem nos versos
e dos corpos nasceram
são aqui cerimónia
evidente e secreta
nas mais simples palavras
que conhece o poeta
"Das Palavras" de Luis Filipe Castro Mendes,
in "Os Amantes Obscuros"
O meu comentário???
Porque é simplesmente amar...
Não há segredos, não há mistérios...
É o desaguar das emoções em versos simples,
em palavras diárias,
nos olhares evidentes...
Tudo se torna fácil de ler...
Prometer, divagar...
Não é preciso declarações violentas...
Nem rimas carregadas....
Confessar apenas
que se sentiu a falta...
Desse gesto carinhoso,
desse beijo leve,
dessa palavra terna...
Nada mais...

Comentários

Amar, simplesmente amar mas amar bem !

Beijinhos
Verdinha
Zélia Guardiano disse…
Maravilhoso, Marta!
Poema feito, todo ele, de sensibilidade ...
Adorei!
Abraço
Daniel Costa disse…
Marta

Que belo poema de Luis de filipe de Castro Mendes! E bela réplica a tua, cultivas sempre bem o género porque optaste.
Beijos

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