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UM DIA DE OIRO

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Espero sempre por ti o dia inteiro, Quando na praia sobe de cinza e oiro, O nevoeiro, E há em todas as coisas o agoiro De uma fantástica vinda de Sophia de Mello Breyner Andresen A promessa de um dia de sol, a vinda de alguém que não vemos há anos, o regresso a casa do amor, do filho, da irmã ou mesmo o nosso. Quando se dissipa o nevoeiro, tal como a Sophia diz, alguma coisa dourada fica!

APESAR DE

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Apesar das ruinas e da morte, onde sempre acabou cada ilusão, a força dos meus sonhos é tão forte, que de tudo renasce a exaltação. E nunca as minhas mãos ficam vazias. Sophia de Mello Breyner Anderson - Poesia É, Sophia, as nossas mãos nunca ficam vazias quando sonhamos, nem que seja por um minuto! Obrigada por me ajudares a compreender que posso transformar a minha vida, sonhando, como agora faço, com as palavras que tu escreveste e que nunca serão esquecidas.

MAGOAR

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IMPROVISO NA MADRUGADA Húmido de beijos e de lágrimas, ardor da terra, com sabor a mar, o teu corpo perdia-se no meu. (Vontade de ser barco ou de cantar) Eugénio de Andrade O meu corpo não se perde no teu, porque tu não queres; não me queres magoar! Mas não sei o que me magoa mais - o facto de não me queres magoar ou de me estares mesmo a magoar com o teu silêncio e com a tua distância!

SIMPLES

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DESPERTAR É um passáro, é uma rosa É o mar que me acorda? Passáro ou rosa ou mar tudo é ardor, tudo é amor. Acordar é ser rosa na rosa, Canto na ave, água no mar Eugénio de Andrade Será apenas uma visão simples do amor? Porque é que o amor é, por vezes, igual a desilusão? Ou porque é que nos criticam quando queremos que seja assim? Simples, como a rosa, como o passáro ou o mar!!!
Somos folhas breves onde dormem as aves de sombra e solidão. Somos só folhas e o seu rumor Inseguros, incapazes de ser flor até a brisa nos perturba e faz tremer. Por isso, cada gesto que fazemos, cada ave se transforma noutro ser Eugénio de Andrade - Somos folhas breves Encontrei este poema no Jardim dos Sentimentos, nos Jardins do Palácio de Cristal. O Jardim é lindo e só um poema escrito com o coração e com alma poderia lá estar! Como eu, Eugénio de Andrade amava profundamente esta cidade e hoje, que me sinto perturbada, procurei a paz dos Jardins e a vista maravilhosa para o rio para me redescobrir .

MORTE

CALINO DE ÉFESO: A morte virá no momento Em que tenham urdido as Moiras, Porque não está no destino de um homem Escapar à morte, nem mesmo que a sua estirpe Viesse dos deuses. A verdade das coisas! Li este verso no livro "As duas mortes de Sócrates" e achei interessante. Sei que há pessoas que não aceitam bem a morte; talvez seja porque acham que a vida as tratou mal. Sinceramente......só espero morrer em paz comigo mesmo e com o mundo!

ESCREVER PARA VOLTAR A NASCER

ESCREVO - EUGÉNIO DE ANDRADE Escrevo já com a noite em casa. Escrevo sobre a manhã em que escutava o rumor da cal ou do lume e eras tua somente a dizer o meu nome. Escrevo para levar à boca o sabor da primeira boca que beijei a tremer. Escrevo para subir às fontes E voltar a nascer Há várias razões para se escrever - um amor quase perfeito, uma dor lancinante, uma forma de preencher a solidão. O meu amor não foi perfeito; o espinho da dor cravou-se bem fundo e ao preencher a solidão, encontrei outras formas de viver o que não sabia que existia. Por isso, vou continuar a escrever para voltar a nascer até que, um dia, a luz se apague!